A Reconstrução da Identidade na Internet

“Um sistema de redes em rápida expansão, conhecido colectivamente por Internet, liga milhões de pessoas em novos espaços que estão a alterar o modo como pensamos, a natureza da nossa sexualidade, a organização das nossas comunidades e até mesmo a nossa identidade” (Sherry Turkle)

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quarta-feira, março 19, 2008

2003-2006: Os portugueses e a Internet

Entre 2003 e 2006, os portugueses passaram a comprar menos na Internet ou a utilizar com menor frequência o homebanking. Contudo, também passaram a ler blogues ou a fazer chamadas telefónicas através de serviços VoIP, como o Skype.

O artigo
Portugueses usam menos a Net para fazer compras e transacções
19.03.2008, João Pedro Pereira

Estudo mostra a evolução da Internet em Portugal desde 2003. Cada vez mais, a rede serve para contactar amigos, combinar saídas e para telefonar

Os portugueses estão a usar menos a Internet para fazer compras, alugar carros, reservar bilhetes para espectáculos ou para realizar operações bancárias.A conclusão é de um estudo do Observatório da Comunicação, que comparou as respostas de 2450 inquiridos em 2003 e de 2000 inquiridos em 2006, em amostras representativas da população portuguesa.
Segundo o documento, em 2003, 24,3 por cento dos cibernautas afirmavam realizar operações online com o seu banco. O número caiu para 14,6 por cento em 2006.
Da mesma forma, o comércio electrónico - que está longe de ser uma das actividades frequentes dos portugueses que usam a Internet - sofreu uma forte queda, passando de 44,8 para 27,9 por cento, nas compras daquilo a que o estudo chama "áreas tradicionais": livros, música (dois produtos cuja compra online caiu para menos de metade), produtos alimentares e de limpeza, material informático e bilhetes para espectáculos. Nesta categoria entram ainda as viagens, alojamentos e aluguer de carros.
Rita Espanha, investigadora do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa e uma das coordenadoras do estudo, explica que o fenómeno pode dever-se a um "boom de utilização" inicial provocado pela "curiosidade" e ao facto de as caixas multibanco, onde este tipo de operações podem também ser feitas, "estarem muito enraizadas" em Portugal, levando a que as pessoas não adoptem os serviços online. A este respeito, o relatório fala de um "enfraquecimento e insucesso do alargamento do comércio electrónico a um maior número de utilizadores". E isto apesar de serem muito poucos aqueles que dizem ter tido más experiências relacionadas com transacções online: apenas 1,8 por cento dos inquiridos afirmaram ter comprado "algo que estava mal apresentado" num site e só a 0,9 por cento foram roubadas informações relativas ao cartão de crédito como consequência de este ter sido usado na Internet.
Sem dados de comparação relativamente a 2003 está a actividade na blogosfera. Mas, em 2006, 23,9 por cento diziam passar parte do seu tempo online a ler blogues e 8,7 por cento afirmaram ter por hábito produzir conteúdos para a blogosfera.

A Internet como telefone
Os portugueses parecem usar cada vez mais a Internet para socializar. Para além da troca de mails ser líder na tabela das principais actividades levadas a cabo online, o relatório indica ter aumentado o número de pessoas que usa a Internet para contactar amigos "quando está desanimado", para "combinar ou marcar saídas" e para telefonar.
A percentagem de inquiridos que faz chamadas online, através de serviços como o popular Skype, mais do que duplicou (para 9,8 por cento), num período em que a presença do telefone fixo em casa diminuiu, de 61,7 para 49,3 por cento.
Outra das conclusões referidas por Rita Espanha como uma das mais significativas do estudo são as razões referidas para não usar Internet. Em 2003, os portugueses apontavam a falta de computador ou de conhecimentos. Três anos mais tarde, o principal motivo para permanecer offline é simplesmente a falta de interesse. Apenas 57,1 por cento dos inquiridos afirmaram ler jornais impressos (o documento não tem dados recentes para os jornais online).
Os dados apresentados no estudo do Observatório da Comunicação indicam ainda que menos de metade lêem gratuitos. Mas estes jornais "estão a conquistar novos públicos", sublinha a investigadora Rita Espanha, explicando que, entre aqueles que não liam jornais, houve quem começasse a fazê-lo quando deixou de precisar de pagar.
Por seu lado, quem comprava jornais pagos manteve o hábito, que acumula agora com a leitura de gratuitos.
É entre as mulheres, os estudantes e a faixa etária dos 24 aos 34 anos que estes jornais são mais populares.

in Publico.pt

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