Um estudo divulgado ontem pela Tns Euroteste revela o crescente aumento de lares portugueses ligados à Internet, sobretudo através de banda larga. Mas 38 por cento dos portugueses afirmam não ter necessidade ou interesse de estar
on-line a partir de casa.
O artigoHá cada vez mais adeptos da Internet de banda larga
Andreia Sanches
Os clientes da Netcabo estão relativamente mais insatisfeitos com a velocidade, fiabilidade e transparência da facturação
O número de lares portugueses ligados à Internet vai crescendo aos poucos. E são cada vez mais os adeptos da banda larga. Contudo, os que em casa têm um computador que lhes permite viajar no mundo virtual são ainda uma minoria. Um estudo ontem divulgado mostra que 38 por cento dos portugueses não vislumbram necessidade ou interesse em poder estar online no lugar onde residem.
O inquérito ao consumo da banda larga foi realizado pela Tns Euroteste entre Dezembro passado e Janeiro deste ano e envolveu a realização de 4225 entrevistas, incluindo 1099 a utilizadores de banda larga. Os resultados foram ontem divulgados pela Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom). A banda larga representava no início do ano mais de 74 por cento do total dos acessos à Internet, lê-se numa síntese do estudo. A principal tecnologia de suporte utilizada pelos inquiridos era o ADSL (47,2 por cento), seguindo-se o modem cabo (46,6 por cento).
Apenas 8,8 por cento dos entrevistados consideraram que o serviço de banda larga não correspondia às expectativas criadas; 69,2 por cento disseram que aquele lhes dava o que esperavam; 22 por cento viram as suas expectativas superadas.
A velocidade de acesso, fiabilidade e transparência de factura deixa satisfeita a larga maioria dos utilizadores. Contudo, cerca de um em cada quatro clientes da banda larga poderá mudar de operador durante os próximos 12 meses."Os clientes da Netcabo são aqueles que se encontram relativamente mais insatisfeitos com a velocidade, fiabilidade e transparência da facturação", nota a Anacom. As empresas do grupo PT prestavam serviço de acesso à Internet de banda larga a 70 por cento dos inquiridos, a Cabovisão a 15 por cento, o Clix a 6,9 por cento e a Oni a 3,2 por cento.
O inquérito revela ainda que em Janeiro passado apenas 35,3 por cento dos lares portugueses tinham Internet (contra os 30 por cento registados em Dezembro de 2004) e que 26 por cento dispunham de banda larga (contra 17 por cento há dois anos).
Porque é que tanta gente mantém ainda a sua casa "livre" da World Wide Web, seja ela de que tipo for? Respostas: "Não precisa/não tem interesse" foi a apontada por 38,3 por cento dos inquiridos; 34 por cento mencionaram a inexistência de um computador; 8,6 por cento referiram o preço elevado.
Jovem, urbano, estudante ou profissional liberal, com educação superior e pertencente às classes A ou B - é este o perfil do utilizador de banda larga. Ou seja, conclui a Anacom,"existem factores de natureza sócio-económica que poderão influenciar de forma determinante a posse de banda larga".
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